sexta-feira, 5 de julho de 2013

Nada

 Nada. Nada é uma palavra que deveria ser uma grande negação ou a ausência de alguma coisa, então por que se diz: eu não fiz nada! Assim parece que você fez alguma coisa que por sua vez é o contrário de nada, então nada é alguma coisa? Eu não sei! Contudo, esta pergunta pode ser um desabafo a insanidade humana que faz pessoas como objetos e depois joga fora.
 Porém. Agora me encontro em uma sala no nada, repleta de espelhos de todos os tamanhos e formas, e onde meus pés tocam o chão frio e úmido. Estou bem no meio desta sala, que mesmo repleta de espelhos com meu reflexo de vários ângulos, só quero enxergar uma coisa, a porta no canto mais distante desta sala branca, porque a porta me dá à sensação de esperança e paz, e ao mesmo tempo curiosidade e desperta minha fantasia.
  Caminho, deixo para trás minha solidão e busco mais adiante meu futuro. Ao andar sinto que meus reflexos me acompanham, embora alguns me iludam, a porta fica cada vez mais perto e a solidão cada vez mais distante.
  Meu maior desejo é abrir esta porta de tanto mistério, caminho e caminho no chão de pisos brancos e a cada passo chego mais perto da porta branco paz de maçaneta dourado vitória. Enfim, chego à porta, a ponto de quase tocar os meus lábios em sua face tão clara que chega a arder os olhos, ao encostar na maçaneta sinto seu metal gelado como uma leve frisa nas tardes de verão, porém não quero saber de mais nada, só quero abrir a porta.
  Seguro com força a maçaneta que agora esquenta com o calor de minha determinação, minhas mãos giram em torno dela com grande emoção e apreensão, mas a porta não abre, está trancada. Meu coração se escurece e mais nada tem sentido, o desespero percorre meu corpo a ponto de quase o consumir, eu quero abrir a porta de qualquer jeito. Não aquento esperar por outro caminho, em meus olhos escorrem lágrimas que mais parecem lâminas afiadas, cortam meu coração e esmagam minha esperança que aos poucos é substituída por medo e dor.
 Minha mão se eleva, formando um punho e com uma força que nunca imaginei bato na porta, mas ela não abre. Repito o feito com mais determinação e coragem, mesmo assim a porta não se abre e minhas lágrimas cortantes se acabam, estas são substituídas por lágrimas de sangue que parecem vir direto do meu coração que agora bate com a mesma força que bati na porta.

By Sophi


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